….(ir)responsabilidade da imprensa na construção da culpa….

A imprensa e a criação de culpas e medos

O texto que segue foi publicado originalmente no livro do VII Simpósio Crítico de Ciências Penais “Sistema punitivo: o neoliberalismo e a cultura do medo”, realizado de 30/08 a 01/09, pelo GEPeC (Grupo de Estudos e Pesquisas Criminais), em Goiânia e foi a base para a exposição da autora, a jornalista Cecília Olliveira.

Com uma autocrítica que não é propriamente marca peculiar da imprensa, Cecília pontua o papel da mídia na formação de culpas e, especialmente, da sensação de insegurança –que cresce mesmo quando índices de criminalidade recuam. Sacralizando o medo, a mídia cada vez se mostra atuante, influenciando a opinião da sociedade e políticas de Estado fortemente repressoras.

Do seminário também fizeram parte como expositores: Débora Regina Pastana, Gerivaldo Alves Neiva, Alexandre Matzenbacher, Antonio Tovo Loureiro, Alexandre Bizzotto, Rafson Ximenes e Diogo Malan.

Na mesma oportunidade, apresentei a palestra: “Direito Penal: do medo ao mito


“A (ir)responsabilidade da imprensa na construção da culpa, da sensação de segurança e do medo”                                                               Cecília Olliveira*

Calúnia. Injúria. Difamação. Para muitos jornalistas, este é o primeiro contato com a área do direito, ainda na faculdade. A confusão entre os termos é comum, mas ainda mais comum é o fato de todos saberem que não podem “inventar” fatos e notícias e que checar informações e denúncias recebidas é a melhor forma de evitar cometer um destes crimes.

Quando o jornalista atua na área da segurança pública, os cuidados têm de ser redobrados, uma vez que seu trabalho pode construir ou arruinar uma vida.

Ou várias. Quem não se lembra do emblemático caso da Escola Base, uma escola particular de São Paulo que foi fechada em 1994 após seus proprietários serem injustamente acusados de abuso sexual contra uma aluna? Na oportunidade, foram condenados a pagar indenizações os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, a revista IstoÉ e a Rede Globo. Era tarde. A escola já havia sido depredada, os donos estavam falidos e eram constantemente ameaçados de morte em telefonemas anônimos. Os repórteres não foram punidos e continuam suas vidas sem maiores problemas.

Exatamente por ter tal poder, a imprensa é chamada de quarto poder, numa referência a sua força. Os outros três seriam o legislativo, executivo e judiciário. O tempo passou, mas isso não é sinônimo e que as coisas evoluíram…

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*Cecília Olliveira é Jornalista, especialista em criminalidade e segurança pública e administraçãopública, editora do Blog Arma Branca

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