….Defensorias querem resgatar direitos dos “soldados da borracha”….

 

A Defensoria Pública da União no Pará e a Defensoria Pública do Estado do Pará ajuizaram conjuntamente, no último dia 10 de dezembro, AÇÃO CIVIL PÚBLICA visando reparar uma injustiça histórica.

 

O Estado Brasileiro e o EUA arregimentaram cerca de 60 mil brasileiros, em sua maioria nordestinos para trabalharem como “soldados da borracha” -recrutados pelo aparato repressor do Estado Novo para trabalhar, como seringueiros, na região amazônica a fim de suprir as necessidades de borracha da máquina de guerra dos Aliados, bem como os nativos daquela região, os quais, atendendo a apelo do Governo brasileiro, contribuíram para esse esforço de guerra.

 

Por trás das falsas promessas de vida nova, havia um contrato de trabalho em condições análogas à de escravos e um ambiente permeado por doenças tropicais e animais hostis. Em razão disso, dizem os defensores, “quase metade desapareceu na selva ou morreu em razão das péssimas condições de transporte, do alojamento, dos surtos epidêmicos (malária, febre amarela, beribéri e
icterícia), dos ataques dos animais e índios e da péssima alimentação”.  Até hoje, pouco se fez por essas pessoas e seus familiares.

 

A ACP pretende reconstruir o direito das vítimas desse recrutamento ardiloso, de condições de trabalho desumanas e de total abandono moral e material por várias décadas, os soldados da borracha sobreviventes e seus sucessores, especialmente a responsabilidade da União pela forma de arregimentação e negligência quanto a direitos e condições sanitárias.

 

Entre os pedidos das defensorias, estão o de que seja pago “indenização de, no mínimo, R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), para cada soldado da borracha (extensível aos dependentes); seja criada Comissão como objetivo reconstituir a verdade sobre os Soldados da Borracha; destinada reparação de 25 milhões de reais coletiva para fundos de Direitos Humanos e a construção de um memorial homenageando as vítimas.

 

Leia aqui a íntegra da ação
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