Pedras insensatas arremessadas sem remorso nem piedade
Sobre as almas dos inocentes
O poema que segue é de autoria de Djalma Lofrano Filho, juiz criminal em SP, amante das artes, das letras e proprietário de uma enorme sensibilidade. A tensão constante entre meditação e ansiedade é um tema que lhe aflige.
Esse desconhecido
Procuro-o por toda a parte, mas não consigo achá-lo.
Busco-o com insistência, mas ele sempre me escapa.
Como é difícil encontrá-lo!
Crianças gritando na escola em frente.
Carros subindo a ladeira em primeira marcha.
Vinil rodando na antiga vitrola.
Dedos ágeis percorrendo o teclado.
Alguém batendo à porta,
Armários se abrindo,
Dobradiças enferrujadas rangendo,
Soluço entalado na garganta.
Talheres roçando o prato vazio,
Móveis se arrastando no piso seco de madeira,
Um pano úmido percorrendo o espelho do banheiro
E a água batendo no mármore da pia da cozinha.
Folhas soltas caindo no solo estéril,
Vento soprando com insistência
E um trovão precedendo a tempestade que se anuncia,
Vozes raivosas chegando de todos os cantos e por todos os meios,
Criticando, reclamando, opinando, julgando e condenando.
Todas se arvorando em donas da verdade.
Pedras insensatas arremessadas sem remorso nem piedade
Sobre as almas dos inocentes.
Corpos pesados se arrastando no lodo dos pântanos
Choro e ranger de dentes.
Seres inquietos e solitários disputando os espaços abarrotados das grandes cidades,
Nunca satisfeitos…
Buscando não se sabe o quê,
Mas encontrando apenas a ansiedade,
Assim como eu, que também busco o imponderável.
Folhas de um livro rangendo
Como pálpebras piscando.
O ar entrando e saindo do pulmão.
Uma cigarra cantando,
Um cão latindo no fundo da noite cansada
E o inevitável galo, avisando que o sol está nascendo.
Talvez somente no espaço infinito
Onde o ar se ausenta e não existem ondulações
Ou sob as águas, no fundo das cidades submersas do futuro,
Seja mais fácil tocá-lo.
Mas, mesmo ali, não consigo…
Ele me foge e se afasta, como as palavras que escorrem por entre as paredes…
Por mais que me esforce e insista,
Ainda que eu me sente tranquilo,
No local mais recôndito e afastado,
Sobre a grama coberta por um pedaço de couro,
Ou um pano macio,
Não posso aprisioná-lo.
Ainda que eu mantenha minha atenção voltada para a Consciência Suprema,
Com postura firme, cabeça e pescoço eretos,
Controlando os sentidos
E livrando-me do apego,
Não é possível contê-lo.
Ainda que meu olhar se mantenha fixo na ponta do nariz,
Com a mente apaziguada e desprovida de temor,
Não posso ouvi-lo.
Agora são os pensamentos, estes hóspedes intrusos, que tentam se apoderar da casa.
Eles vêem e vão, como pássaros que entram por uma porta e saem pela outra,
Tomados de empréstimos
Ou comprados de segunda mão.
A mente inquieta sempre oscila,
Como a chama de uma vela ao desabrigo do vento,
Impedindo que eu possa tocá-lo.
Busco-o para cessar a angústia,
Mas não o sinto.
Procuro-o para acalmar o coração,
Mas não o vejo.
Persigo-o para me livrar das misérias deste mundo,
Mas não o alcanço.
Luto, insisto, reclamo,
Tudo em vão…
Preciso aprender com ele,
Só ele pode me ensinar a verdade.
Mas ele sempre me escapa,
Escorrendo ligeiro por entre as mãos.
Trancado dentro de um cofre de chumbo,
Sem que se saiba o segredo.
Sem que se possua a chave.
Como é difícil encontrá-lo.
Nunca consegui ouvi-lo.
Por isso agora me calo,
Num último esforço de possuí-lo.
Este desconhecido,
O Silêncio!
Bin Laden não morreu, Bin Laden foi pego para confessar toda a ação da Al Qaeda. Eu, uma simples pessoa pensei bastante sobre o caso. Aonde está o corpo de Bin Laden. Imagine que preciosidade para os EUA ter uma criatura viva que detém todas as informações daqueles que mais ofenderam os EUA desde que ele existe. Gente, que inocência é esta, Bin Laden está bem guardado, sendo torturado para arrotar todos os crimes cometidos e que ainda seriam cometidos. Veja, eu sou uma simples pessoa que pensou isto, será que o mundo é tão inocente para pensar que Osama está morto, jogado no mar? Isto é papo de americano, ninguém viu o corpo, aonde está o defunto?